A epidemia de obesidade e suas comorbidades associadas impõem um fardo cada vez maior à sociedade. O desenvolvimento e a implementação de soluções tem sido dificultado pela complexidade e ubiquidade do problema e a percepção generalizada de que a obesidade é simplesmente um problema de livre escolha e autocontrole, em vez de ser uma doença no sentido físico e fisiopatológico.
A modificação do estilo de vida foi vista como a melhor solução para este problema. De fato, a mudança de estilo de vida fornece o caminho mais comum para o controle durável da obesidade e suas complicações. Infelizmente, no entanto, sua eficácia geral em pacientes com obesidade estabelecida, especialmente obesidade moderada a grave, é baixa (de 1-5% de eficácia substancial em longo prazo).
Há fortes evidências que apoiam a cirurgia bariátrica como um tratamento efetivo para pacientes com obesidade moderada a grave. Apesar da perda de peso impressionante após cirurgia bariátrica e as melhorias associadas às comorbidades, a adoção da cirurgia bariátrica permanece baixa. As razões para a sua utilização limitada, incluem a invasividade (manipulação anatômica, remoção de tecidos, presença de implante), falta de conhecimento dos pacientes sobre sua eficácia e a durabilidade dos benefícios, os custos diretos e indiretos associados para o paciente e uma falta geral de consciência das opções disponíveis.
Independentemente dos motivos, claramente há uma grande necessidade insatisfeita de terapias efetivas para muitas pessoas com obesidade que atualmente não são elegíveis para cirurgia bariátrica.
Dr. Adriano Trajano
Cirurgião Geral
CRM-PB 5399 / RQE 4390
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