Meu recesso de final de ano foi isolada não só da família maior, mas de marido e filhos. Passei o Revéillon sem conseguir dormir pelo barulho dos fogos e as dores do corpo que foram os principais sintomas da COVID que experimentei.
De imediato, nos primeiros sintomas, passei a me preocupar, cuidar e buscar confirmação, o mais rápido possível, para evitar a contaminação de outras pessoas. Fiz o teste de antígeno, o que, p mim, foi extremamente doloroso, e no mesmo dia, o resultado: Reagente. Suspendemos toda a programação para um final de ano com marido e filhos, fui para o quarto e passei a ser servida na porta do quarto pelo maridão.
Interessante que havia postado uma mensagem de final de ano com esperanças de um 2021 de muita saúde e que Vivêssemos a resiliência, Experimentássemos a gratidão e Brindássemos a vida. Incrível que logo depois, me encontrava naquela situação. Como fazer a leitura das forças do universo? Compreendi que estava tendo a oportunidade de viver, na real, o que eu tinha proposto.
RESILIÊNCIA: Que tal usar o isolamento para um descanso físico e mental e produzir o que geralmente não conseguia encontrar tempo? Isso significou aproveitar para descansar, colocar as pendências em dia. Me concentrar no que não tinha tempo para fazer. Meditar, tentar sobreviver e sair dessa mais forte, mais pronta para colocar os projetos em prática. Estava pronta p enfrentar o que tivesse por vir. (FOTO DE MALA PRONTA P INTERNAÇÃO)
GRATIDÃO: Apesar do diário risco de contaminação, embora sempre tivesse adotado os cuidados de uso da máscara e de álcool, eu estava ali com dor em pleno final de ano, mas tinha muito que agradecer porque essa doença chegou em um momento em que estava em recesso, sem risco de contaminar meu ambiente de trabalho (Nas minhas conversas com Deus, eu sempre falo que minha missão aqui é cuidar e que ele nunca permita que eu possa fazer mal a alguém). O que parecia ruim, "perder" a folga do recesso e mais tempo com a família, aquele momento foi um presente.
BRINDAR A VIDA: Estar ali com uma doença grave e uma ameaça iminente de morte, me fez pensar a vida e agradecer tudo o que vivi até aquele momento, se tivesse que partir, se ali fosse meu fim, sabia que deixaria coisas boas que foram plantadas na minha passagem. Além disso, apesar da gravidade, eu estava, naquele momento com sintomas de uma virose geral, conseguindo respirar, me alimentar, sentir sabores e odores, sendo cuidada pelo marido.
Segui meu isolamento, fazendo exercícios respiratórios, buscando um lugar no quarto para tomar sol, procurando me alimentar e hidratar bem, aproveitando para fazer o que podia ser feito virtualmente. Procurei reorganizar a agenda lotada da primeira semana do ano e torcendo para que nenhuma urgência acontecesse com as gestantes que estavam sob meu acompanhamento.
Felizmente deu tudo certo, a vida seguiu e, com a plena recuperação, voltei ao meu trabalho, minhas atividades físicas e ao convívio com os meus amores. Toda essa experiência pessoal só reforçou a minha certeza da importância em nutrirmos bons hábitos, o amor da família e ter um suporte médico competente, acolhedor e com decisões centradas no conhecimento científico como as que tive da infectologista, Dra. Ana Isabel Vieira Fernandes. A ela minha eterna gratidão pela sua assistência e acompanhamento tranquilizador.
Quanto à infecção pelo COVID-19, fica o reforço para o uso da máscara, do álcool, da lavagem das mãos, da vacinação (tão logo seja possível), do isolamento desde os primeiros sintomas gripais e atenção: nossa principal fonte de contaminação são os mais próximos. Lembre, amor, intimidade, são sempre motivos para baixar nossas defesas, por isso a contaminação mais comum é justamente com os que temos maior convívio, são nossos amigos e nossos familiares, nossos queridos. Cuidem-se!
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